A Fundadora, Madre Francisca Lechner, alemã, natural de Edling na Baviera, governou a
congregação durante vinte e seis anos, de 1868 a 1894.
A Congregação, assim se expressa nos seus primeiros Estatutos: A Sociedade do Amor
Divino é uma associação de mulheres dedicadas à educação de mulheres, preferencialmente ao
atendimento e a formação de empregadas domésticas. Dedicando-se principalmente à
assistência e educação da mulher, os membros da Sociedade, querem servir de instrumento ao
Amor Divino, cooperando para que a mulher seja conduzida ao seu destino eterno.
A sua obra surge como uma aliança, de caráter divino e humano, com os mais diversos
elementos, para combater e evitar o avanço da descrença, da ignorância e da desumanidade; e
também, como algo que significa um modo de formular e de dizer que a mulher, mesmo simples,
pobre, sem uma grande preparação intelectual, sem ser de origem nobre, e sem o suporte de
ao menos um bom patrimônio financeiro-econômico, como era o seu caso, pode tornar em
obras a sua experiência de fé. Demonstrando, assim, que encontrou espaço na Igreja e na
sociedade, efetivando e ampliando uma evolução de caráter estrutural que já estava em
processo.
Conforme mencionado, a Madre Francisca Lechner governou a congregação durante 26
anos. Por ocasião do seu falecimento, foi designada para o seu lugar a Madre Ignatia Egger,
vienense que governou a Congregação durante 32 anos, de 1894 a 1926. É apenas a partir de
1913 que a Congregação começou a estender-se para além das fronteiras do Império austro-
húngaro e a abrir-se para a missão universal da Igreja. À Madre Ignatia Egger foi sucedida por
Madre M. Kostka Bauer, italiana natural de Veneza, governante da Congregação por dois
períodos, de 1926-1932 e de 1932-1943.
Hoje, a Congregação das Filhas do Amor Divino é um Instituto religioso de abrangência
intercontinental, presente em 19 países (Áustria, Alemanha, República Tcheca, Eslováquia,
Hungria, Polônia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Kosovo, Albânia, Itália, Inglaterra, Estados
Unidos, Uganda, Brasil, Bolívia, Equador, Ucrânia e Suíça), onde as Irmãs atuam estabelecidas
em comunidades circunscritas em 12 Províncias.
Das 12 Províncias das Filhas do Amor Divino, duas estão no Brasil desde 1920. No Sul,
denominada de Província Nossa Senhora da Anunciação, com sede em Santa Maria, no estado
do Rio Grande do Sul, onde as Irmãs desenvolvem trabalhos nas áreas de saúde, educação,
assistência social e comunidade eclesial de base.
Madre Francisca Lechner
FRANCISCA LECHNER nasceu na Alemanha, em Edling, de uma família simples que acima
de tudo temia a Deus. Era a quarta filha, dentre as sete filhas no lar dos Lechner.
Desde a infância demonstrou uma personalidade firme com especial capacidade de
liderança. Estudou com as Irmãs Escolares, formando-se professora.
Pressentindo um chamado divino para realizar algo em favor dos mais necessitados, saiu de
sua terra natal e foi para Viena onde viu retratado nas jovens vindas do interior “os
necessitados” que a esperavam. Mesmo diante de grandes dificuldades, não vacilou pois
colocava em Deus toda a sua confiança.
Assim, com o objetivo de acolher estas jovens que chegavam do interior em busca de
emprego na capital, totalmente desamparadas e entregues à própria sorte, preocupada também
com a educação de meninas e com o desejo de amparar idosos, fundou a Congregação das Filhas
do Amor Divino, no dia 21 de novembro de 1868.
Tudo por Deus, pelos pobres e pela nossa Congregação
MADRE FRANCISCA LECHNER foi uma mulher corajosa, que enfrentou o desafio do seu
tempo, uma mulher inteligente, que reconheceu os problemas de sua época; uma mulher
sábia, que encontrou caminhos para a solução destes problemas.
Uma mulher ativa, que fundou uma Congregação Religiosa para fazer o bem às pessoas
necessitadas; uma mulher forte, que soube vencer as situações difíceis da sua vida; uma mulher
intrépida, que assumiu todos os riscos com inabalável confiança em Deus; uma mulher segura,
que não vacilava e nem hesitava na realização dos seus projetos; uma mulher orante, que
cumpria a sua missão no diálogo com Deus; uma mulher feliz, que encontrou o sentido da sua
vida. Deixou-nos o lema: TUDO POR DEUS, PELOS POBRES E PELA NOSSA CONGREGAÇÃO